quarta-feira, 16 de março de 2011

Debate sobre a Eutanásia

Ata
Eutanásia
Aos trinta e um dias de Janeiro de dois mil e onze, pelas onze horas, na sala de formação da Delegação do Inovinter, Centro de Formação e de Inovação Tecnológica de Braga, reuniu o curso de Técnicas de Acção Educativa, na Formação Base de Cultura Língua e Comunicação, com a presença da formadora Célia Estrada, deu-se um debate sobre a Eutanásia.
Tendo o debate sido presidido pela Rosália Oliveira, com a presença das secretárias, Patrícia Ferreira, Mayú Peseta, Manuela Amorim e Sónia Pinto. Por parte dos argumentos a favor da eutanásia estiveram as seguintes formandas, Sara Borges, Sónia Ribeiro, Andreia Monteiro, Idalina Moutinho, Manuela Pinto e Belmira Barros. Por parte dos argumentos contra estiveram as formandas, Elisa Gomes, Helena Gomes, Paula Pinto, Marta Pereira, Adriana Pinheiro e Sameiro Lima.
A ordem de trabalho foi:
Ponto um: Abertura do debate pela moderadora;
Ponto dois: Argumentos a favor;
Ponto três: Argumentos contra;
Ponto quatro: Argumentação do debate;
Ponto cinco: Outros assuntos.
Quanto ao primeiro ponto de ordem de trabalho, a moderadora abriu o debate com a apresentação de um PowerPoint sobre como funciona um debate. Delimitou o tempo para cada interveniente falar.
Quanto ao segundo ponto da ordem de trabalhos, algumas formandas debateram os argumentos a favor.
A formanda Sara citou: “A eutanásia é um termo muito complexo, não defende a morte, a eutanásia deixa a pessoa decidir se quer ou não morrer, em que está em condições de vida degradável. Se tivesse alguém na família, filhas, que os médicos dissessem que não tinham cura eu escolheria a eutanásia. Eutanásia é um testamento vital, esta pessoa pode não querer ser reabilitada, não querer receber tratamento.”
A formanda Sónia Ribeiro citou: “Deus dá vida, dizeis vós. Só que há pessoas que não aguentam a vida que Deus deu e chegam ao ponto de pedirem para morrer. Deus criou o homem para ser inteligente e livre, no caso de um doente vegetativo a pessoa está confinada a uma cama, ou seja, um ser que está à espera que a morte chegue. E apesar de tudo está em constante sofrimento e procura de algum modo fugir à dor. Chegando assim a implorar para morrer.”
 A formanda Andreia citou: “Se o meu filho tivesse cancro de pele e se eu pudesse, optaria por escolher a eutanásia, falamos de um caso terminal que não há mais nada a fazer. Em Portugal já praticam a eutanásia passiva, existe um testamento vital, que todas as pessoas podem assinar se não quiserem receber tratamento ou reanimação no momento em que entra no hospital. Na eutanásia normal uma pessoa que está com dores insuportáveis põe fim ao sofrimento de anos e anos de doenças como osteoporose, esclerose múltipla que são doenças com dores horrorosas.”
A formanda Idalina citou: “A eutanásia foi aprovada na Holanda mediante um caso de uma médica que deu morfina à mãe, esta médica foi presa. Deve-se ser capaz de optar, estas opções também devem ser muito bem ponderadas, este deve ter algum tempo para pensar e poder voltar atrás se assim o desejar. A pessoa é que deve ter a última palavra, se deseja morrer ou não, ninguém deve interferir (médicos e familiares).”
Deu dois exemplos de estudo na Holanda: “Um físico pesquisador com cancro de pele”; “ Um menino de 11 anos estava morrer de fibrose cística.”
A nova lei na Holanda incorpora algumas questões sobre a realização da eutanásia a menores de idade, entre os doze e os dezasseis anos, também estes podem optar pela eutanásia mas com a autorização dos progenitores.
“…O paciente deve ter pedido voluntariamente para morrer…”
“Um segundo médico terá que emitir a sua opinião sobre o caso, o doente deve assinar um testamento vital, estando ele de perfeita lucidez mental.”
A formanda Manuela Pinto, citou um caso de um estudo publicado em Fevereiro de dois mil, no qual foi apresentado um levantamento de seiscentos e quarenta e nove casos, em que quinhentos e trinta e cinco casos foram de eutanásia e os restantes cento e catorzede foram de suicídio assistido.
Em três por cento de eutanásia e em seis por cento dos casos de suicídio assistido, ocorreram complicações com os pacientes, antes de sua morte.
A formanda Belmira citou um caso de um físico com cancro de pele, pedindo aos demais presentes que fechassem os olhos e vivessem o caso.
“…Um físico pesquisador de raio X por mais de trinta anos estava sofrendo terrivelmente de cancro na pele. Parte do seu maxilar, lábio superior, nariz e mão esquerda estavam terrivelmente comprometidos.
Excrescências (saliências) e dois dedos da sua mão direita foram removidos. Ele estava cego e constante dor. Somente a cirurgia e sofrimento continuado, esperavam pelo paciente.
Os médicos prognosticaram mais um ano de vida. Por meses ele suplicou para os seus oito irmãos mais novos para acabar com a sua vida. Eventualmente o mais jovem, trinta e seis anos, apanhou a pistola e numa tardinha após vaguear pela cidade e beber foi ao hospital e matou o seu irmão…” 

Relativamente ao ponto três da ordem de trabalhos, algumas formandas debateram os argumentos contra.
A formanda Elisa Gomes na qualidade de um testemunho de um caso verídico citou: “Profissionais detectaram-me doença incurável, foi posta em questão a eutanásia, não o fiz e hoje estou aqui, lutei e venci. Apostem sempre até à última instância, preservem a vida, dêem valor à vida.”
A formanda Helena Gomes na qualidade de juíza citou: “Como no nosso país não é permitido a eutanásia, ninguém tem direito de interromper a vida, só Deus. Eu digo, não há vida cor-de-rosa, temos que aprender a viver com o problema.
Exemplo: Quando centenas de Autistas que usam fraldas, cegos e entre outros, os pais lutam por melhoras e nunca ouvi dizer que queria que o meu filho morresse. Pretende melhoras. Sou contra à eutanásia a cem por cento, temos direito a viver com qualidade de vida. Eutanásia nunca.”
A formanda Paula Pinto na qualidade de padre citou: “Alguns com cancro safam-se. O sofrimento é duro, temos que acreditar na medicina, somos católicos e acreditamos, não podemos negar a vida, só Deus é que nos pode tirar a vida.”
A formanda Marta na qualidade de catequista citou: “o mandamento diz “não matar”, é isso que ensino às crianças. Podemos ajudar até à última hora, com o apoio da família. Enfrentar obstáculos com carinho e amor, não é uma morte digna, a dor está lá. Existe morte assistida, tratamento para aliviar a dor.”
A formanda Adriana na qualidade de médica citou: “Eu fiz um juramento, lutar até ao fim. Salvá-lo! Numa pessoa que esteja como vegetal, pode haver progresso. Amanhã posso ter cura para o problema, é contra a lei e religião.”
A formanda Sameiro na qualidade de professora citou: “ Eles não têm capacidades”- disse a Sara. Se não tem capacidades não tem juízo perfeito, aqui vale a consciência, não é fácil. “Morrer com dignidade” é morrer natural, tem que viver com qualidade e cuidar até ao fim. Temos que ver sofrer e continuar a amar, dar apoio. O meu pai estava mal, sofreu…. Eu dava-lhe mimo. Ele nunca pediu para morrer, eu consegui com que o meu pai tivesse uma morte digna. A dor traz sempre sofrimento. O diagnóstico em casos terminais pode estar errado. A consciência que se tem pode ser precipitada. Investir num medicamento para o sofrimento, qualquer tipo de dor. Não é fácil, mas deve ser doloroso matar um familiar nosso.
Como disseram na “Assembleia da República, cento e quarenta e quatro deputados a favor e oitenta e seis contra” não passaram por estes casos, se não pensariam melhor nisto. Toda a gente tem direito à vida e se Deus deu a vida deve ser ele a retirá-la.”
 
No que concerne ao último ponto de trabalhos, as secretárias procederam à elaboração da ata.
E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrado o debate, na qual se lavrou a presente ata que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada por nós que a secretariamos, pela moderadora e pela formadora.

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